O empresário Raimundo Nonato Coelho Maciel, dono de uma das mais conhecidas redes de supermercados do Maranhão, o Maciel, comoveu as redes sociais nesse final de semana ao aparecer em um vídeo explicando aos funcionários do grupo, que não tem como efetuar o pagamento dos salários.
“Vou trabalhar agora para pagar o décimo de vocês, pois eu não tenho. Ou vocês querem para ser assim, para gente tentar recuperar a empresa ou vocês querem que eu feche todas as lojas e nós vamos para Justiça resolver?”, declarou o empresário durante uma reunião com os trabalhadores em uma das lojas da rede.
De acordo com as declarações do empresário, não há recursos para honrar com os pagamentos, pois os supermercados não estão vendendo os produtos. Para conseguir sair do buraco e salvar o negócio, Raimundo Maciel pediu a compreensão e ajuda de todos os colaboradores.
“Eu quero recuperar a empresa para nós ficarmos trabalhando juntos. Não posso resolver o problema sozinho, eu só posso resolver junto com vocês. Assim como vocês estão passando por isso, eu também estou passando”, desabafou o proprietário da rede atacadista.
VÍDEO VIRALIZA
O vídeo rapidamente viralizou nas redes sociais e mobilizou vários internautas com a campanha “Eu vou Comprar no Maciel”. A reportagem apurou que entre os anos de 2017 e 2018, a rede do grupo fechou mais de cinco lojas em São Luís. A Central de Distribuição (CD) localizada no Distrito Industrial de São Luís também foi desativada e foi alugada para o grupo Mateus, principal concorrente da companhia.
Assim que o vídeo com o apelo do executivo pedindo ajuda dos próprios funcionários na tentativa de salvar a rede veio à tona, também começaram surgir críticas à Lei nº 10.576/17 que para muitos não garante é isonomia ao setor atacadista e varejista no Maranhão. Pelo contrário, o dispositivo estabelece uma desleal concorrência, ao beneficiar apenas um representante do setor: o grupo Mateus.
E este benefício está bem claro, no Artigo 2º da referida lei: apenas Centros de Distribuição com capital social acima de R$ 100 milhões – e que gerem mais de 500 empregos – poderão pagar apenas 2% de alíquota de ICMS no Maranhão, como mostra a íntegra da lei abaixo.
E apenas o Mateus – que controla supermercados, atacadistas, centros de distribuição, fábricas de pães e massas, empórios e vários outros segmentos de negócios – se enquadra dentro das exigências, conforme pontou o jornalista Marco D’Eça ao fazer uma abordagem sobre o assunto em seu blog.