A situação misteriosa sobre a compra de respiradores envolvendo o governo do Maranhão, por meio do Consórcio Nordeste, deve entrar na pauta da CPI da Covid, no Senado Federal. O pedido da inclusão do tema já tinha sido feito pelo senador cearense Eduardo Girão (Podemos-CE).
No entanto, nesta quinta-feira (6), o deputado estadual Wellington do Curso (PSDB) resolveu encaminhar ofício ao presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), solicitando que o colegiado aprecie a possibilidade de visitar o Maranhão para apurar aplicação dos recursos federais.
A justificativa do parlamentar maranhense é que, durante a pandemia, ficou evidente a malversação de recursos por parte do governador Flávio Dino, que chegou a pagar antecipadamente R$ 4,9 milhões por trinta respiradores que, até hoje, não chegaram aos hospitais maranhenses.
O problema é que no pedido, o líder do PSDB na Assembleia, acabou omitindo o esquema de fraude na aquisição de equipamentos destinados ao combate à pandemia da Covid-19 em São Luís, que teria causado prejuízo de R$ 478 mil aos cofres públicos durante a gestão do ex-prefeito Edivaldo Júnior (PDT).
Se o objetivo da visita da CPI ao Estado visa apurar a aplicação dos recursos federais, por qual motivo foi ignorado o esquema criminoso com atuação na Secretaria Municipal de Saúde (Semus) da capital maranhense, administrada desde o dia 1º de janeiro deste ano pelo prefeito Eduardo Braide, aliado do deputado maranhense?
Tanto a compra dos respiradores pelo governo maranhense quanto a aquisição das máscaras junto a prefeitura ludovicense seriam a oportunidade de trazer luz aos fatos envolvendo os dois entes públicos. Não faz sentido é cobrar apuração de um, esquecendo de fazer a mesma cobrança para o outro.
Nada do que está sendo colocado agora é novidade, já que tudo tem sido apresentado em sessões ordinárias do parlamento estadual ou em matérias na imprensa sobre as diversas operações da Policia Federal. A diferença é que todo o País tomará conhecimento dos esquemas envolvendo não só o Palácio dos Leões como também o Palácio de La Ravardière.