Fundado em 1836, a unidade de atendimento hospitalar Santa Casa de Misericórdia em São Luís, sempre foi referência de atendimento na capital maranhense. No entanto, uma crise financeira tem obrigado o hospital a demitir funcionários e, até mesmo, a desativar algumas áreas, inclusive a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), que está completamente montada.
O hospital possui uma grande estrutura para atender a população. São oito pavilhões no prédio, porém apenas dois estão em funcionamento. Os problemas financeiros são tão grandes que a parte ambulatorial, clínica medica e pediatria não funcionam mais. O hospital conta até com ajuda de doações, para fornecer alimentação para os pacientes.
Quem já foi atendido no hospital há alguns anos, hoje, sente tristeza ao ver a unidade em situação de crise. É o caso de Sheila Abreu Cunha que, há 27 anos foi à Santa Casa para dar à luz a Thaiane Abreu. Agora foi a vez de a filha fazer o parto no hospital, mas os problemas entristeceram mãe e filha.
“Aqui tem ótimos médicos e os enfermeiros atendem a gente muito bem. É triste, numa época dessa, a gente saber que uma maternidade dessa de grande porte está numa situação dessa”, contou Sheila Abreu.
Segundo o diretor técnico da Santa Casa de Misericórdia, que trabalha há mais de 50 anos na unidade, as dívidas com fornecedores de material chegam a mais de um milhão de reais. Muitas cirurgias têm sido canceladas.
“A fonte de renda da Santa Casa são essas pacientes do SUS. Nós não operamos mais pacientes do SUS então não entra dinheiro. Se não entra dinheiro, não tem como comprar material para fazer cirurgia, daí nos enbcontramos nessa situação difícil”, relatou Ibrahim Assub.
A estrutura da UTI está toda montada, mas os equipamentos instalados, que são muito caros, estão parados há quase 5 anos. “Nós temos uma UTI montada, toda perfeita. Não sei porque os poderes constituídos não usam a UTI do estado”, disparou Assub.
A presidente do Sindsaúde, Dulcemary dos Santos, conta que, por conta destes problemas, foi preciso reduzir o quadro e 89 pessoas foram demitidas. Quem permanece trabalhando na Santa Casa está com os salários atrasados.
“Diante da situaçãol, hoje, a gente não vê como o hospital vai conseguir pagar verbas rescisórias, já que muitos foram demitidos. Daqui a dez dias tem que ser feito o pagamento de verbas recisórias, mas o hospital não tem condições de realizar esse pagamento”, revelou Dulcemary.