De O Estado
O deputado estadual Wellington do Curso (PSDB) encaminhou ontem ofício ao Governo do Maranhão solicitando informações sobre os motivos para o fechamento de mais de 900 leitos exclusivos para pacientes com Covid-19 no estado desde junho do ano passado.
Segundo dados dos boletins epidemiológicos emitidos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), no dia 15 de junho de 2020 havia 1.779 leitos exclusivos. Só na Grande Ilha, por exemplo, havia 752 leitos clínicos, e outros 240 de UTI.
Atualmente, o total de leitos – de UTI e clínicos – em todo o estado não passa de 860. São 919, ou 51,6% a menos, o que impacta diretamente na capacidade da rede estadual de receber pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Para o parlamentar, falta transparência à gestão estadual. “A pandemia deixou mais evidente a falta de transparência por parte do governador Flávio Dino. Quais as razões disso [da desativação dos leitos]? Não seria melhor atuar preventivamente e manter os leitos à disposição das pessoas?”, ponderou.
A cobrança ocorre no momento em que o governo estadual volta a discutir a necessidade de retomada de medidas restritivas, sob alegação de que a rede hospitalar está próxima do colapso em virtude de um nova alta de casos da Covid-19 entre os maranhenses.
Em outra frente, a SES informa que tem atuado para voltar a entregar leitos na rede estadual, enquanto cobra do governo federal que habilite 1.989 novos leitos de UTI, prorrogue o custeio para outros 257 leitos ativos e o recurso para 780 leitos já aprovados pelo Ministério da Saúde, mas pendente de disponibilidade de custeio.
Segundo Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em 2021, até o momento, nenhum estado ou município conseguiu recurso do Governo Federal para custear os leitos novos ou prorrogar o recurso dos leitos ativos.
Ainda de acordo com a SES, desde dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde começou a desabilitar os leitos, mesmo ativos para Covid-19. Por isso, no momento, a rede de saúde da gestão estadual do Maranhão conta apenas com os leitos do Hospital Macrorregional de Caxias e do Hospital de Campanha de Pedreiras com investimentos da União.
A SES diz aguardar resposta do Ministério da Saúde para o pedido de retorno do custeio dos leitos ativos para casos da Covid-19 no Maranhão. A solicitação pede habilitação dos leitos de UTI das seguintes unidades: Hospital de Cuidados Intensivos, Hospital Dr. Carlos Macieira, Hospital Dr. Genésio Rêgo, Hospital Dr. Raimundo Lima; bem como dos hospitais macrorregionais e regionais localizados nas cidades de Presidente Dutra, Bacabal, Timon, Imperatriz, Pinheiro, Santa Inês e Hospital Lago da Pedra. Além destes, somente este mês o Governo do Maranhão abriu 22 leitos de UTI, para os quais também houve solicitação de custeio federal.