O secretário Ricardo Cappelli, titular da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), começou a colocar em risco o projeto politico de poder do governador Flávio Dino para 2022, conforme o blog do Isaías Rocha revelou no mês passado, antes mesmo da nomeação do jornalista paulista na pasta responsável pela comunicação do governo maranhense.

Fazendo parte do staff estatal desde 2015, quando exercia a Representação do Governo em Brasília, Capelli possui perfil idêntico a outros do entorno do chefe do executivo estadual. Ou seja, profissional natural de outro estado, competente, com forte elo de amizade com representantes da imprensa nacional, porém, com pouco ou quase nenhum entrosamento com a mídia local, fator este que foi considerado o principal complicador para projeto politico do comunismo maranhense na última eleição.

Capelli tem o estilo semelhante à equipe da fracassada campanha de Rubens Junior em São Luís, formado por Juliano Coperline, Daniel Merli e Tony Maciel. O trio, com todo trânsito com a imprensa nacional, fracassou exatamente por falta de afinidade com os profissionais locais, submetendo o governador a um vexame nacional.

Em menos de 30 dias no cargo, o novo titular da Secom – que também é oriundo de outro estado – não mudou estratégia de comunicação e repete o mesmo equívoco cometido pelos antecessores: despreza as nuances da imprensa maranhense, dentre elas, a força exercida pela mídia alternativa, incluindo, blogs e rádios comunitários.

O gestor, infelizmente, na ânsia de potencializar seus assessorados nacionalmente, esquece que primeiro precisa fazer o dever de casa no Estado, já que os “caciques políticos” serão submetidos ao crivo popular no território maranhense – cujos eleitores absorvem mais as informações locais.

PAPA-TUDO DA COMUNICAÇÃO

Por outro lado, enquanto despreza a chamada ‘mídia periférica’, o Governo do Maranhão, só em 2020, gastou com o Sistema Mirante, afiliada da Rede Globo, algo em torno de R$ 20 milhões em Comunicação, dinheiro gasto para propagandear a falta de feitos do governo da ‘mudança’ no intervalo da novela das 21h.

Não é por acaso que os Sarney estão cada vez mais próximos do Palácio dos Leões, e o MDB faz parte hoje da base comunista. Nunca foi tão rentável ser oposição no Maranhão. Em nome de se projetar nacionalmente, Flávio Dino esqueceu as origens, rasgando a própria história.

Se não abrir os olhos e modificar a política de comunicação, a cúpula comunista, humilhada com o projeto Rubens Júnior 2020, pode passar pelo mesmo constrangimento, sendo que Márcio Jerry e Cia Ltda poderá ser o mais novo fracasso em 2022.