A expressão “quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho” é uma forma de definir alguém que costuma apontar o dedo para mostrar os erros de outra pessoa, mas que também já cometeu erros e, portanto, não deveria criticar os outros.
O ditado popular pode ser usado perfeitamente para definir o presidente da Câmara de Rosário, Carlos do Alberto Serra da Costa — o Carlos dos Remédios (PCdoB). É que desde a semana passada, a Casa comandada por ele, resolveu abrir procedimento para apurar supostas denúncias de rachadinhas envolvendo o ex-secretário de Saúde, Willame Anceles.
O problema, entretanto, é o próprio chefe do legislativo foi flagrado em um áudio atribuído a ele no que seria uma suposta articulação para comprar votos de vereadores para eleição da Mesa Diretora do parlamento rosariense.
Além de Carlos do Remédio, a gravação de quase cinco minutos envolve o vereador Jadson de Neres e o filho da vereadora Lúcia Cavalcante, Léo Cavalcante. Segundo o blog apurou, o trio foi gravado às vésperas do pleito que iria eleger o parlamentar para comandar a Casa de Leis.
A gravação bombástica escancara o que seria uma espécie de “consórcio golpista”. Por conta da gravidade do conteúdo, um grupo de juristas não descarta ingressar com uma representação no Ministério Público para pedir apurar do caso.
Se ficar comprovado o suposto esquema de compra de votos, o processo de escolha para a Presidência da Câmara pode ser anulado e os envolvidos responderão a processos judiciais na justiça que pode culminar, inclusive, na cassação dos mandatos.
Tão grave quanto as denúncias de ‘rachadinha’ é o suposto esquema de compra de votos envolvendo o comando de um poder como o legislativo. O caso gravíssimo pode ser pivô de um escândalo sem precedentes capaz de alterar em mais da metade a composição da Câmara.
Léo Cavalcante, que afirmou não se importar com a opinião pública, delatou o nome de todos os vereadores envolvidos no suposto esquema. Nas conversas delatadas os envolvidos fizeram questão de declinar o custo da eleição que, segundo eles, giraram em torno de mais de R$ 200 mil. Caberá ao Ministério Público apurar o caso para que esse escândalo de corrupção não fique impune.
“Kiko [ex-presidente da Câmara] é pesado, mas tá entrando com dinheiro”, delatou Carlos do Remédio em áudio divulgado pelo blog do jornalista Davi Max. Clique aqui e ouça a gravação bombástica capaz de derrubar a Mesa Diretora e metade do egislativo rosariense.