O proprietário da casa de eventos Patrimônio Show, Diego Valente, confirmou, nessa terça-feira (15), que vai fechar o estabelecimento após o tiroteio acontecido na madrugada do último domingo (13), que terminou com uma morte. “Não tem clima”, diz o empresário, que reclama da insegurança no Centro Histórico.
No estabelevimento, havia 400 pessoas e 20 seguranças, quando aconteceram os disparos, por volta das 3h45. Ruy Marcos Alves Rodrigues foi executado dentro do estabelecimento e teve o corpo retirado da cena do crime. Valente alega que a vítima foi retirada do local porque houve uma tentativa de socorrê-lo. “Muita gente veio dizendo que não era para tirar e outros ‘não, ele tá vivo, tem que prestar socorro’. Nesse tumulto, eles vieram para cima de mim. Mas se eu soubesse, teria evitado um crime, né?”, conta.
A Polícia Civil acredita que a vítima tenha morrido por engano e que o caso tenha ligação com a ‘guerra’ de facções criminosas na capital maranhense. Diego Valente, que também é dono de uma casa de shows no bairro do Vinhais, acredita que o gênero da banda que tocava naquela noite, a Groovaê, atrai determinado tipo de público – o que, segundo ele, se repete em seu outro estabelecimento. “Eles pegam uma clientela ‘pesada’”, afirma.
Sem contar com imagens de circuito interno de segurança, a investigação sobre o que aconteceu na Patrimônio Show segue pelo relato de testemunhas. Oito pessoas já foram ouvidas.
Dinâmica esclarecida
De acordo com a investigação, três pessoas armadas entraram na casa de show na madrugada de domingo e foram elas que planejaram todo o crime na parte interna. Segundo Marco Antônio Fonseca, da Delegacia de Homicídios da capital, o alvo dos bandidos era outro homem que estava ao lado da vítima e que estaria envolvido com o tráfico de drogas.
“Já temos toda a dinâmica do crime esclarecida na delegacia e estamos colhendo as provas para poder corroborar com os depoimentos e os informes que nós temos através do disque-denúncia e outras redes sociais. Esse crime é conexo com vários outros que estão acontecendo na ilha por conta da briga de tráfico”, explica.
O chefe da segurança da Patrimônio Show, Francisco de Sales, disse que já foram muitos flagrantes de pessoas tentando entrar armadas na casa. “A revista de festa não é uma revista que é bem feita. É até o pé”.