A malandragem no futebol ensinava que, dentro de campo, quem não tivesse jogo de cintura ficava no banco de reserva. Mesmo que um craque seja reconhecido pela atuação, as vezes não tem condição, pelo nervosismo, de entrar no gramado. A sabedoria dos velhos técnicos orientava fazer a confusão, dar a primeira entrada forte e, depois, sair como se nada tivesse acontecido.
Aparentemente calmo – sem querer atrito com ninguém – Edivaldo de Holanda (EdeH) Júnior saiu da normalidade e partiu para o ataque. Como ex-prefeito de São Luís, chutou o balde e optou pela neutralidade em 2020, sem respeitar o próprio governador Flávio Dino, que se considera líder do grupo.
Na Câmara de São Luís, mesmo sem nenhuma boa atuação parlamentar, fez com que o povo absorvesse a ideia de que, na tribuna, era o mais preparado de todos, por conta de um único discurso: o falso combate à taxa de lixo que o então prefeito Tadeu Palácio, do PDT, tentou implementar na capital. Depois das pazes com o PDT – da ideia que tanto criticou –, resolveu aprontar mais uma: saiu da legenda para tentar entrar outra vez numa corrida majoritária.
O problema, entretanto, é que hoje ele já não tem mais o que tinha em 2012: confiança e credibilidade, embora seu carisma popular ainda esteja intacto. Nas arrumações para 2022, EdeH acha que pode ter o crédito da classe política e de aliados que havia abandonado ou jogado pedras no último pleito municipal.
Virou atração no xadrez de alguns analistas políticos, sendo até lembrado para disputa governamental por caciques de tribos importantes no Maranhão. Formou jurisprudência no estado de que, na corrida do poder, ou abrem-se os braços ou não sai do chão.