Depois da mobilização que contou com apoio da própria base governista para o pedido de criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal de Rosário para investigar irregularidades na saúde, a prefeita Irlahi Linhares (PMDB) resolveu colocar em prática uma manobra para tentar barrar as investigações do colegiado: a desmoralização pública dos vereadores que assinaram o pedido.
Pelo regimento da Câmara, uma CPI pode funcionar mesmo sem apreciação do plenário, desde que tenha assinaturas suficientes para sua criação. Foi o que ocorreu com a CPI da Saúde em Rosário que obteve um total de assinaturas mais do que suficiente: foram dez dos treze parlamentares que apoiaram a proposta.
ENQUETE:
A CPI da Saúde em Rosário vai punir os culpados ou acabar em pizza?
Para tentar esvaziar o colegiado, desde a semana passada, Irlahi realiza reuniões às escondidas e na calada da noite para convencer os aliados a desistirem do pedido. Dos dez que assinaram, quatro já havia declinado da proposta. Dois deles, inclusive, ajudaram a cassar a prefeita no final de junho de 2013. O blog vai divulgar os documentos nos próximos dias.
Mesmo com a retirada dos quatro parlamentares, a CPI deve continuar sua missão, já que para sua instalação era necessária apenas a assinatura de cinco edis. Do total de dez, seis continuam apoiando as investigações no setor.
IRREGULARIDADES APARECEM
As irregularidades na saúde de Rosário podem abrir investigação federal e, caso não apure as irregularidades no setor, a Câmara de Vereadores, responsável pela fiscalização dos atos do Executivo, também pode ser arrolada ao processo caso seja negligente em relação às investigações da CPI.
Descaso com ambulâncias, supostas irregularidades no atendimento público de emergência, problemas nas estruturas físicas das unidades de saúde; falta de medicamentos, de materiais e ausência de médicos. Esse é o raio x do relatório produzido pela comitiva de vereadores após uma inspeção no Hospital SESP, principal unidade de saúde no município.
Em um das visitas realizadas ao Hospital SESP, os vereadores Carlos do Remédio (SD) Jardson Frazão (PP), Luís Carlos, o Kiko (PP); Magno Nazar (PRP), Francimar Rodrigues, o Preto (PP); Ademar Cantanhede (PRP), Léo Cavalcante (PTB), Edmilson Jorge Nina, o Jorge do Bingo (PTdoB), Nazareno Barros (PTdoB) e o presidente da Câmara, Agenor Brandão (PV), constataram várias irregularidades que estão na contramão da humanização no atendimento de saúde.
Veja algumas imagens da época da vistoria.