Resgatados em alto mar em São José de Ribamar, os 25 imigrantes africanos manifestaram para as autoridades brasileiras o desejo de pedir refúgio no país. Eles estão em um abrigo público em São Luís e alegam falta de condições dignas de vida e trabalho em seus países de origem. O barco em que eles estavam foi resgatado no último sábado (19) à noite.
Os imigrantes são homens entre 19 e 35 anos, naturais do Senegal, Nigéria, Guiné, Serra Leoa e Cabo Verde. Apenas um deles fala português. Estudantes universitários ajudam na tradução das conversas com representantes da Polícia Federal (PF) e da Defensoria Pública da União (DPU).
A defensora pública Carolina Balbinott disse que há um esforço para prestar assessoria jurídica para os imigrantes. “Eles manifestaram perante a Polícia Federal e outros órgãos que têm interesse em fazer solicitação de refúgio. A PF está procedendo dessa forma e a Defensoria Pública está acompanhando e buscando outras formas possíveis na legislação para evitar a criminalização e possibilitar a migração deles, de forma regular”, disse.
Coiotes
As investigações apontam que os 25 imigrantes africanos devem ter sido vítimas de coiotes – pessoas que cobram pelo transporte ilegal de um país para outro. Dois brasileiros foram presos . O grupo de africanos saiu de Cabo Verde, no dia 17 de abril, em uma embarcação precária, que ficou à deriva nas proximidades da costa do Ceará.
Os africanos chegaram ao Maranhão com quadro de desidratação e pressão alta, foram atendidos e seguem sob o acompanhamento da assistência social e de direitos humanos do estado.