Três meses após reportagem do O 4º Poder divulgar, com exclusividade, que uma empresa ‘de fachada’ estava construindo uma ponte de R$ 4 milhões em Santa Rita, o Ministério Público Estadual decidiu agir para investigar o caso. No dia 13 de novembro de 2014, a Promotoria de Justiça da Comarca de Santa Rita instaurou inquérito para apurar possíveis irregularidades na contratação da empresa, que estaria funcionando no endereço onde, na verdade, existe um imóvel residencial comum.
A promotora Karine Guará Brusaca Pereira, titular da Promotoria de Justiça da Comarca de Santa Rita, determinou a coleta de informações, depoimentos, certidões, perícias e demais diligências para apurar especificamente a prática de supostas irregularidades perpetradas quando da contratação da empresa BFX Construções e Comércio Ltda para aconstrução de uma ponte sobre o Rio Itapecuru, que irá ligar os povoados de Areia e Porto Alegre, no município santa-ritense, conforme documento em anexo.
A verba garantida por meio de convênio, no valor de R$ 4.784.626,79 (quatro milhões, setecentos e oitenta e quatro mil, seiscentos e vinte e seis reais e setenta e nove centavos), beneficiou uma construtora que nunca funcionou no endereço informado à Receita Federal. Na Rua Marechal Dutra, nº 01, no bairro Vicente Fialho, em São Luís, onde deveria funcionar a empreiteira, existe apenas uma casa simples, conforme imagens publicadas na reportagem de O Quarto Poder, do dia 10 de outubro de 2014. Na época, entrevistados pela reportagem, moradores há anos estabelecidos na referida localidade afirmaram desconhecer a empreiteira.
O acordo entre o prefeito de Santa Rita, Antônio Cândido Santos Ribeiro, o Tim (PRB), e o representante legal da empresa, Gérnedes Getulio Brito Targino, foi assinado no dia 10 de março de 2014 no valor acima citado, com prazo de vigência de 180 (cento e oitenta) dias, com início a partir da assinatura do contrato, conforme extrato do contrato publicado no Diário Oficial do Estado (DOE).